Friday, July 23, 2010

IL MUTO PARLANTE

foto Alex Dias




                                    - Antonio Lázaro de Almeida Prado


L’aria, il sole, il sale, la salamandra
Il giro, il graffio, il vertice, la vertigine
E la danza, il salto, la fiamma, la scintilla
Lo sciame, il volteggiarsi, il saltimbanco

Il lancio, lo svolazzare, fiamma e barlume
La caduta, la propulsione e l’ammattito
Vortice. Evoè! anima… Evoè! corpo!
Insieme alla ruota del lesto cerchio …

Che il canto spunti solo nel mutevole
Mai orizzontale, sempre ondulante
E salga e scenda, e giri, svolazzante
E faccia circonferire la quadratura.

Il canto della mente, il sagacissimo
Impeto di folgoranti emozioni
E il ritmo del ratto, correttivo
Alla temporeggiante tartaruga degli instanti.

Evoè! corpo, evoè! anima, falesie, evoè!
E andiamo verso l’audacia, verso il salto
Triplice del vortice, in girandole.

L’aria, il mare, il sole, la salamandra
Bruciante, oltre, ben oltre
Mai ferma, in un ratto che fa il vento
Assomigliare all’inciampante serpente zoppo.

L’aria, il sale, il sole, la salamandra …



Transliteração com muito carinho e admiração  por Francesca Cricelli
São Paulo 23 de Julho 2010

O MUDO FALANTE

.....................................de Antônio Lázaro de Almeida Prado

O ar, o sol, o sal, a salamandra
O giro, o risco, o vértice, a vertigem
E a dança, o salto, a chama, a chispa, o
Enxame, o rodopiar, o saltimbanco  


O lance, o tremular, a chama e centelha,
A queda, a propulsão e o tresloucado
Vórtice. Evoé! alma... Evoé! corpo!
Juntos à roda do leste círculo...  


Que o canto só desponte no mutável
Jamais horizontal, sempre ondulante
E suba e desça, e gire, rodopiante
E faça circulante a quadratura.  


A ciranda da mente, o sagacíssimo
Elã de fulgurantes emoções
E o ritmo do rapto, corretivo
À tarda tartaruga dos instantes.  


Evoé! corpo, evoé! alma, falésias, evoé!
E vamos para a audácia, para o salto
Triplo do vórtice, em girândola.  

O ar, o mar, o sol, a salamandra
Incendiada, para além, para além
Jamais parando, num rapto que faz o vento
Semelhante a trôpega serpente claudicante.   


O ar, o sal, o sol, a salamandra...   
  

Saturday, July 10, 2010

Dopo Mezzanotte, Via Mascarella


La tua avvilita fedeltà
è la mia pena
più dura da scontare.

..............................Sei sempre qui
quando esco di scena
con i lampi ancora negli occhi
e gli applausi.

............................Passeggiamo
sulle tibie leggere,
siamo un invisibile stemma,
una danza ben infelice
ai limiti della città,
hai subito molti colpi
sul tuo corpo di neve

............................(e dico
com'è triste l'anima mia, come piove
io son la furia del mio amore
e amore non ho) -

...........................Gradirei
un vino di commiato
ma tu nell'ombra che cammini
dai occhiate come rose di macchia.

La notte è un vuoto di stelle

e la mia piena di pianto e parole
impossibile da arginare.

..............................Tu
senza frode plachi il male
solo con l'esserne paziente.

Davide Rondoni, in”El Bar Del Tiempo y otros poemas”, Monte Ávila Editores Latinoamericana, Caracas Venezuela, 2008.
Na foto Davide Rondoni e Francesca Cricelli na Casa das Rosas. 

Wednesday, July 7, 2010

tradução de Davide Rondoni

Depois da meia-noite,
rua Mascarella
                                     

A tua vil fidelidade
é a minha mais dura
pena a cumprir.

Estás sempre aqui
quando saio de cena
com as luzes ainda nos olhos
e todos os aplausos.


Passeamos
sobre as tíbias leves,
somos um brasão invisível
uma dança bem infeliz
à periferia da cidade,
sofrestes muitos golpes
em teu corpo de neve

(e digo
como está triste a minha alma , como chove
eu sou a fúria do meu amor
e amor não tenho) –

Gostaria então
d’um vinho de despedida
mas tu na sombra em que caminhas
lanças os olhos como rosas de manchas.

A noite é um vazio de estrelas

e a minha cheia de choro e palavras
impossível de margear.
                                    Tu
sem fraude apaziguas o mal
só com o ser paciente.




Davide Rondoni, in”El Bar Del Tiempo y otros poemas”, Monte Ávila Editores Latinoamericana, Caracas Venezuela, 2008.

Tradução – Francesca Cricelli
São Paulo, 6/7/2010 

Esta tradução foi inspirada pela entrevista que Claudio Daniel fez a Augusto de Campos, em que Augusto - sobre o seu método de trabalho diz: "Traduzo muito mais poemas alheios do que faço os meus próprios. É uma forma de aprendizado, de crítica criativa e de conversa inteligente. Armazeno informações e me preparo, sem pressa" e pela grande admiração que tenho pelo trabalho de Davide Rondoni, pois tive o prazer e a honra de traduzi-lo quando esteve no Brasil, na Casa das Rosas em outubro de 2008.